segunda-feira, 31 de agosto de 2015

FACULDADE | 5 COISAS QUE APRENDI NO MEU CURSO E QUE TODOS DEVIAM SABER


Na sequência de um "quase" final de licenciatura (estou à espera da data de defesa do meu Projeto), dou por mim a pensar que existem certos tópicos que estudei da qual toda a população devia saber. Provavelmente já se devem ter debatido várias vezes com assuntos que irei mencionar, ainda para mais agora, em que o fenómeno do crime está cada vez mais expresso nos meios de comunicação.

1. Aprendi a nunca mais dizer que um recluso está "super bem" na prisão, uma vez que tem comida e roupa lavada de borla. 
A verdade é que nunca visitei um estabelecimento prisional (ainda não surgiu oportunidade), e consoante aquilo que sabia, disse numa aula de Reinserção Social que os reclusos não se podiam queixar muito, pois apesar de terem cometido um crime, ainda tinham comida e roupa lavada sem pagar um tostão. Maldita a hora que disse tal coisa. Acho que se a professora pudesse tinha-me dado uma sova na hora. A verdade é que a professora fez-me ver que não é bem assim como eu julgava. Os reclusos estão privados de liberdade, estão confinados a uma cela minúscula que por vezes não detém as condições que a lei exige. Têm horários para cada tarefa que façam. Na verdade, a população em geral tem uma ideia errada em relação a esta assunto (tal como eu tinha), mas isso também se deve ao facto de não ser dado a conhecer as reais condições dos estabelecimentos prisionais.

2. É possível descobrir a verdade através da expressão facial.
Tive a sorte de ter um dos mais conceituados professores a nível mundial a lecionar a cadeira opcional de "Psicologia das Emoções e Expressões Faciais", e aprendi com ele que a nossa face diz muito mais do que os nossos olhos. Existem macro e micro expressões, através das quais se pode descobrir se aquilo que a pessoa conta é ou não verdade. É preciso ter anos e anos de prática e de estudo, mas é realmente possível.

3. Não condenes uma pessoa só porque o vive num bairro em que o crime "é o pão nosso de cada dia".
Naturalmente, que o meio social em que estamos inseridos pode (em muito) influenciar quem somos e como nos desenvolvemos socialmente. Obviamente que uma pessoa que vive num bairro social em que o fenónemo criminal é mais expressivo, está mais predisposta a seguir essa "pegadas", contudo há exceções e nem todos o são. O meio social em que vivemos não faz de nós iguais a todos os que nele vivem, há que saber que nem todos são iguais.

4. Não existe uma só máfia no mundo.
Quando se fala em máfia, maioritariamente as pessoas recordam-se dos filmes do "The GodFather", e portanto da máfia siciliana (italiana, na generalidade), porque de verdade é aquela que é mais falada. Eu própria, até ter conhecimento, achava isso mesmo sem ter visto os filmes. Contudo, ter a unidade curricular de "Criminalidade Organizada" fez-me abrir o leque das máfias e ter oportunidade de estudar algumas delas. Embora tenham alguns pontos em comum, como por exemplo a hierarquia e as atividades que desenvolvem, a máfia russa, chinesa, japonesa e albanesa são muito mais do que aquilo que as pessoas julgam saber, em comparação com a máfia italiana.

5. O Estado Islâmico de verdade não é Estado nenhum.
Atualmente, quando ouvimos falar em terrorismo quase sempre tais atos são praticados pelo Estado Islâmico, ou melhor dizendo, pelo Autoproclamado Estado Islâmico, uma vez que internacionalmente e legalmente não é nenhum Estado. Contudo, ocupam um determinado território Iraquiano e Sírio, em que se aplica uma "versão radical" da lei islâmica, onde há a cobrança de impostos e onde se asseguram os serviços básicos, como se fosse realmente um Estado.

8 comentários:

Unknown disse...

Parece que andaste a aprender muita coisa nestes anos todos de faculdade, ainda bem que tudo isso não foi em vão e não foi apenas "marrar" nos livros.
Beijos.
http://mariacrescida.blogspot.pt/

Carolina. disse...

Confsso que tenho um pouco essa ideia das prisões portuguesas - pelo menos das que não são de alta segurança - e depois de ter um documentário sobre isso essa ideia ficou ainda mais enraizada em mim... Há muitas em que esse "preconceito" não se aplica mas há outras em que há demasiadas facilidades pagas por todos nós...

Daniela S disse...

Adoro o curso em que estás e ainda bem que partilhas coisinhas destas aqui :)

Marta Cunha disse...

vais ser uma ótima criminóloga :p

Margot disse...

essa dos reclusos não terem condições tem muito que se lhe diga. hoje em dia, há prisões com condições melhores do que nós na nossa própria casa para a qual nos fartámos de trabalhar para a ter. a verdade é que eles estão na prisão porque não cumpriram a lei e cometeram um crime e estão ali dentro para pagar por isso, não foram de férias... mas enfim, isto dá pano para mangas

Marisa Costa disse...

Ás vezes também digo que a vida de um recluso não é assim tão má pelas razões que tu mencionaste mas a verdade é que tenho consciência de que não é bem assim. É mais da boca para fora.

Por acaso acho tão interessante todos os pormenores relacionados com a faceta da verdade e da mentira. Existem pequenas pistas que mostram quando uma pessoa está a mentir ou a dizer a verdade que nos deixa de boca aberta. Acho um tema super interessante.

Margot disse...

r: mas então isso é outra discussão. é uma questão de organizarem melhor os reclusos, dinamizarem melhor o espaço nas prisões, etc, etc. não tem nada a ver com terem ou não liberdade e tarefas e horários para as fazer, que é mais do que justo.

Daniela Costa disse...

Havia uma série que eu via que se chamava Lie to Me, que retratava a história de um homem que resolvia crimes através das expressões faciais - descobria sempre quando mentiam! Eu adorei essa série e aprendi imenso com ela :)