O sol hoje não passa pelas nuvens. O céu é um misto de cores, o branco da pureza e o cinzento do incerto. Quisesse o meu peito conseguir ser de duas cores. O negro do alcatrão e as pedras que nele existem. Nem as arrumam para canto. Os carros passam e elas saltam, como se fossem arrancadas de onde saíram. E foram. Quisessem os céus arrancar-me deste lugar tão negro como aquele alcatrão.
As pessoas falam na rua. Fofocam sem meias medidas. Porque isto e porque aquilo. São tão ou mais negras do que o alcatrão ao dizerem tais palavras. Quisessem os céus arrancar-lhes tal escuridão. E os pássaros cantam. Não importa a cor do céu nem o barulho das fofocas. Pousados sobre o ramo do carvalho, eles cantam. E depois voam. Voam na conquista de tornar o som deste mundo mais subtil e agradável. E a eles, os céus já conseguiram descobrir o que guardam no seu peito: a verdade!
3 comentários:
Adorei o texto. Beijocas.
Adorei Dani!
TODA a gente fofoca. Mas há quem goste SOMENTE de fofocar com maldade. Desprezo essas pessoas!
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